Qual a freguesia mais barata para comprar casa em Lisboa e Porto?
Comprar casa nas principais cidades — Lisboa ou Porto — é cada vez mais caro, mas isso não significa que não haja oportunidades mais acessíveis. A chave está em escolher a freguesia certa, onde o preço por m² seja mais amigável, sem comprometer demasiado liquidez ou qualidade de vida. Este artigo explora as freguesias mais baratas em cada cidade, compara-as com outras zonas e dá pistas para quem procura a primeira casa ou um investimento.
1. Lisboa: a freguesia mais barata e como se compara
Segundo a análise mais recente da Idealista, a freguesia de Santa Clara é a mais acessível em Lisboa, com preço médio cerca de €3 450/m². Idealista
Em contraste, zonas mais centrais e valorizadas da capital apresentam valores na ordem dos €5.000-6.000/m² ou mais. Idealista+1
Comparação entre freguesias de Lisboa:
Santa Clara: ~ €3 450/m² (zona de base)
Olivais: cerca de ~ €4 600/m² segundo dados de 2025. Idealista
Zonas prime (ex: Santo António): podem ultrapassar os €7 000/m². Idealista
O que isto significa:
Optar por Santa Clara representa um desconto de cerca de 35-50% relativamente às zonas mais caras de Lisboa. Para compradores com orçamento mais limitado ou investidores em busca de menor custo de entrada, pode fazer sentido olhar para estas freguesias “mais económicas”.
Contudo, convém pesar outros factores: liquidez, acessos, qualidade de construção, perspetivas de valorização.
2. Porto: a freguesia mais barata e como se compara
No Porto, a evolução mais recente mostra que a freguesia de Campanhã tinha, em meados de 2025, um dos preços mais baixos da cidade, cerca de €2 819/m². Idealista
Comparativamente, o preço médio para o município do Porto ronda os €2.992/m² segundo dados de outubro de 2025. Idealista
Comparação entre freguesias do Porto:
Campanhã: ~ €2 819/m²
Outras zonas mais caras da cidade (ex: Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde): podem estar acima dos €3 800/m². Idealista
Interpretação:
Comprar em Campanhã proporciona um valor de entrada mais baixo, quase 25-30% inferior à média da cidade. Para quem quer entrar no mercado com menor investimento, é uma opção a considerar. Mas, tal como em Lisboa, o “preço baixo” pode exigir ponderação extra sobre factores de localização, estado de conservação, acessos e potencial de valorização.
3. Factores a considerar para além do preço por m²
Para tomar a decisão certa, não basta olhar para “o mais barato”. Eis o que deve avaliar:
Liquidez e procura futura: Zonas muito periféricas ou com menos procura podem ter dificuldade de revenda ou arrendamento.
Infraestruturas e transportes: Metro, comboio, autoestradas, escolas e serviços influenciam qualidade de vida e valorização.
Estado do imóvel: Casas antigas parcialmente recuperadas podem ter custos extra.
Potencial de valorização: Zonas com projectos de reabilitação urbana ou infraestruturas novas podem subir mais.
Orçamento global: Além do preço/m², considerar impostos, IMT, custos de financiamento, eventuais obras.
4. Qual deverá escolher um comprador ou investidor?
Comprador de primeira casa: Se procura um imóvel para habitação própria, com orçamento limitado, escolher uma freguesia mais acessível (como Santa Clara em Lisboa ou Campanhã no Porto) pode fazer sentido. Há que garantir que a zona permite mobilidade, comodidades e segurança.
Investidor: Se o foco é rentabilizar ou valorizar, deve olhar não só para preço baixo, mas para localização com boas perspetivas, arrendamento possível, e custos controlados. Zonas de “preço mínimo” podem não oferecer o mesmo nível de rendimento ou liquidez.
Conclusão
Tanto em Lisboa como no Porto, há freguesias mais acessíveis onde comprar casa representa menor investimento inicial. Em Lisboa, Santa Clara destaca-se por isso (~€3 450/m²); no Porto, Campanhã oferece um dos níveis mais baixos (~€2 819/m²).
Contudo, preço baixo não significa automaticamente “bom negócio” — é essencial avaliar localização, estado, liquidez e perspetivas de valorização.
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